Por GUIA DA FARMÁCIA 09/12/2019
Também conhecido por injeção anticoncepcional, este contraceptivo traz progesterona ou associação de estrogênios, com doses de longa duração
O anticoncepcional injetável, também conhecido por injeção anticoncepcional, é um método contraceptivo que traz progesterona ou associação de estrogênios, com doses de longa duração. A injeção pode ser mensal ou trimestral.
Este método contraceptivo possui o mesmo mecanismo de ação das tradicionais pílulas anticoncepcionais, pois suspende a ovulação, reduz a espessura endometrial e espessa o muco cervical.
De acordo com as indústrias farmacêuticas responsáveis pela fabricação deste medicamento, este é um método contraceptivo muito eficaz, que varia de 0,1% a 0,6% de falha para a injeção mensal e de 0,3%, para a injeção trimestral.
Só este profissional pode explicar quais as vantagens e desvantagens e qual vai se adequar ao momento de vida da mulher.
Se a ideia é que isso ocorra no período de um ano, por exemplo, a mulher é candidata a métodos de curta duração, como pílulas, adesivo ou injeções.
As injeções de hormônios são constituídas com os mesmos princípios da pílula, e a aplicação pode ser feita mensamente. Dessa forma, esse método dispensa a disciplina da ingestão oral diária.
Vale lembrar que o anticoncepcional injetável mensal libera estrogênio e progestagênio e o trimestral só progestagênio, o que é feito gradualmente, impedindo a ovulação.
A injeção é aplicada no músculo (normalmente nádegas ou braço).
De modo geral, este método é indicado para mulheres que toleram a pílula e querem liberdade de não ter de tomar todo dia (mensal).
Ou, ainda, para mulheres que não querem ou não devem usar estrogênio (trimestral).
Enantato de Noretisterona 50mg + Valerato de Estradiol 5 mg/mL (Eurofarma)
Enantato De Noretisterona+valerato De Estradiol 50mg/Ml+5mg/Ml Solução Injetavel 1ml (Mabra)
Algestona acetofenida + enantato de estradiol (EMS)
Perlutan (Boehringer Ingelhein)
Caso a opção seja pelo método sem estrogênio (trimestral), evita-se os efeitos colaterais produzidos pelos estrogênios3.
Outros efeitos benéficos também são esperados, como alívio das cólicas menstruais e melhora da anemia, redução dos sintomas associados à endometriose, à dor pélvica crônica e redução do câncer de endométrio1.
Entre os efeitos colaterais indesejáveis, a injeção anticoncepcional pode causar dor de cabeça, acne, alterações do humor, redução da densidade mineral óssea, vertigens e aumento de peso.
Como, por exemplo, com fenitoínas, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina e também, possivelmente, com oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina e produtos contendo Erva de São João.
Além disso, foi relatado que inibidores de protease (por exemplo: ritonavir) e inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa (por exemplo: nevirapina), assim como combinações dos mesmos, utilizados para tratamento de infecção por HIV, interferem potencialmente no metabolismo hepático.
Usuárias sob tratamento com qualquer uma das substâncias citadas anteriormente devem utilizar temporária e adicionalmente um método contraceptivo de barreira ou escolher um outro método contraceptivo.
Durante o período em que estiver fazendo uso de algum medicamento indutor das enzimas microssomais, o método de barreira deve ser usado concomitantemente, assim como nos 28 dias posteriores à sua descontinuação.
As usuárias tratadas com antibióticos devem utilizar método de barreira durante o tratamento com os mesmos e ainda por sete dias após a descontinuação da antibioticoterapia.
Exceto com rifampicina e griseofulvina, que são indutores de enzimas microssomais, para os quais se deve manter o uso de método de barreira por 28 dias após descontinuação dos mesmos.
Os contraceptivos hormonais podem interferir no metabolismo de outros fármacos. Consequentemente, as concentrações plasmática e tecidual destes fármacos podem ser afetadas (por exemplo, ciclosporina).
Já entre os anticoncepcionais trimestrais, o médico precisa avaliar se as possíveis medicações usadas pelo paciente reagem entre si alterando a sua ação, ou da outra.
História atual ou anterior de coágulo em uma veia da perna (trombose), do pulmão (embolia pulmonar) ou outras partes do corpo;
Histórico de ataque cardíaco ou derrame cerebral, que é causado por um coágulo (de sangue) ou o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro;
História atual ou anterior de doenças que podem ser sinal indicativo de futuro ataque cardíaco (como angina pectoris que causa uma intensa dor no peito, podendo se irradiar para o braço esquerdo) ou de um derrame (como um episódio isquêmico transitório ou um pequeno derrame sem efeitos residuais);
Presença de um alto risco para formação de coágulos arteriais ou venosos;
História atual ou anterior de um certo tipo de enxaqueca (acompanhada por sintomas neurológicos focais, tais como sintomas visuais, dificuldades para falar, fraqueza ou adormecimento em qualquer parte do corpo);
Diabetes mellitus com lesão de vasos sanguíneos;
História atual ou anterior de doença do fígado (cujos sintomas podem ser amarelamento da pele ou coceira do corpo todo) e enquanto seu fígado ainda não funcionar normalmente;
Histórico de câncer que pode se desenvolver sob a influência de hormônios sexuais (por exemplo, câncer de mama ou dos órgãos genitais);
Presença ou antecedente de tumor no fígado (benigno ou malígno);
Presença de sangramento vaginal sem explicação;
Ocorrência ou suspeita de gravidez;
Hipersensibilidade (alergia) ao enantato de noretisterona, valerato de estradiol ou a qualquer um dos componentes de enantato de noretisterona + valerato de estradiol, que pode causar, por exemplo, coceira, erupção cutânea ou inchaço.
Pacientes grávidas ou com suspeita de gravidez;
Mulheres com hipersensibilidade conhecida ao acetato de medroxiprogesterona ou a qualquer componente da fórmula;
Pacientes com sangramento vaginal de causa não-diagnosticada;
Mulheres com suspeita de neoplasia mamária ou neoplasia mamária comprovada;
Pacientes com disfunção hepática (alteração da função do fígado) grave;
Mulheres com tromboflebite ativa ou história atual ou pregressa de distúrbios tromboembólicos ou cerebrovasculares;
Pacientes com história de aborto retido.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
*Preços consultados em 02/12/2019 no portal da Drogaria Minas-Brasil
** Preços consultados em 02/12/2019 no portal da Farmanita
*** Preços consultados em 02/12/2019 no portal da Onofre
**** Preços consultados em 02/12/2019 no portal da Rio Farma
O anticoncepcional injetável possui o mesmo mecanismo de ação das pílulas, pois ele suspende a ovulação, reduz a espessura endometrial e espessa o muco cervical1.
O fluxo menstrual pode diminuir, contudo, devido a maior quantidade de hormônios no contraceptivo1.
É um método contraceptivo muito eficaz. Segundo dados publicados em artigo no portal da Bayer, o percentual de falhas é de apenas 0,1% a 0,6% para a injeção mensal e de 0,3%, para a injeção trimestral, o que é equivalente à eficácia da ligadura de trompas.
De um a três meses, dependendo do método escolhido.
Já a volta dos períodos e da fertilidade pode levar até um ano após parar de tomar as injeções, dependendo do tipo de contraceptivo injetável e podendo também variar de mulher para mulher.
Mas é provisório e se pode engravidar após parar de aplicar as injeções, independentemente do tempo de uso.
Algumas mulheres realmente ganham peso. Caso isso aconteça, deve-se falar com o médico. Talvez seja mais adequada outra forma de contracepção hormonal7.
Para quem faz uso de hormônios, como injeção de progesterona, adesivos e implantes, a chance de usá-los sem saber que se está grávida é muito pequena.
Se a gravidez acontecer mesmo assim, basta retirar o implante ou interromper a aplicação de adesivos e injeções.
Mas sabe-se, por exemplo, que se tomar pílula anticoncepcional sem saber da gravidez não traz grandes riscos ao bebê, principalmente se for apenas por alguns dias após a concepção.
Os riscos aumentam quando se continua tomando o medicamento por muito tempo, porque os hormônios contidos na pílula podem afetar a formação dos órgãos sexuais do bebê, algo que ocorre durante o segundo e o terceiro mês de gestação.
Pode ocorrer sangramento normal e de escape entre os períodos. O sangramento menstrual pode variar de simples manchas entre os períodos menstruais até intenso, que é um fluxo muito semelhante ao período regular.
É comum nos primeiros meses de utilização, mas também pode ocorrer após algum tempo de uso de contraceptivo injetável.
Tais sangramentos podem ser temporários e, normalmente, não são sinais de nenhum problema grave.
É importante continuar a utilizar as injeções de acordo com a programação. Se o sangramento irregular ou de escape for intenso ou durar mais do que alguns dias, deve-se consultar um médico ou um profissional da área da saúde.
A grande maioria das usuárias de contraceptivos injetáveis não relata tais alterações, enquanto outras relatam melhora do humor e da libido.
É difícil dizer se essas alterações se devem ao uso de contraceptivos injetáveis ou a outros motivos.
As causas da não gravidez pós-suspensão do anticoncepcional podem ocorrer por causa de outros problemas, como a idade avançada (acima de 35 anos as chances de gravidez diminuem), disfunções hormonais, baixa reserva ovariana ou infecções genitais.
Contudo, pode levar até seis a nove meses para regularizar o ciclo menstrual frequentemente necessário para a gravidez.
Os anticoncepcionais injetáveis trimestrais devem ser usados com moderação pelas mulheres que desejam engravidar em curto período de tempo.
Com injeções que podem ser mensais ou trimestrais, este método é indicado para mulheres que toleram a pílula e querem liberdade de não ter de tomar todo dia (mensal) ou, ainda, para mulheres que não querem ou não devem usar estrogênio (trimestral).
Neste artigo foi possível concluir que, entre as vantagens de se escolher este método contraceptivo, estão menor probabilidade de esquecimento; e comodidade da administração.
E entre os inconvenientes, pode ser a possibilidade de alterações do ciclo menstrual no caso do método trimestral.
Aliás, mulheres que querem engravidar num curto período de tempo também devem evitar esta opção.
Este texto também mostrou algumas opções de mercado (entre medicamentos de referência, genéricos e similares) com preços e bulas.
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